Oswaldo Cruz

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Ernesto Che Guevara de la Sierna

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terça-feira, 16 de abril de 2013

Saúde Pública no Brasil: mais de um século de história (parte 1)

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Saúde Pública no Brasil: mais de um século de história
Por: Ariane Cristina Dias de Carvalho
Brasileira, estudante de medicina 5º ano.
Instituto Superior de Ciências Havana-Cuba

               Querido leitor. Começamos aqui um passeio pela nossa saúde brasileira que entre inúmeras conquistas e derrotas pôde formar um sistema de saúde público exemplo para muitos países do mundo: O sistema único de saúde (SUS), que institui saúde como direito universal entre todos os brasileiros. Este texto será dividido em três partes para uma melhor compreensão e riquezas de detalhes. Espero que gostem. Ah! Estamos abertos a sugestões e críticas. Afinal aprendemos juntos. Boa leitura.
Para entender o SUS é necessário retroceder a acontecimentos marcantes que levaram a essa conquista da sociedade brasileira.
O Brasil do final do XIX encontrava-se em reorganização política com a instituição da constituição nacional na era republicana criada em 1891. Assume o primeiro presidente, o Marechal Deodoro da Fonseca que dá plenos poderes aos estados e municípios para dirigir as tarefas de ações de saúde, saneamento e educação. O governo federal ficou isento de qualquer responsabilidade sobre estes serviços. Esta decisão gera um quadro sanitário catastrófico. Endemias rurais e urbanas alastravam-se por todo o país.
-->Por um largo período a saúde praticada, baseou-se em um modelo chamado sanitarismo campanhista que iniciou suas funções no mandato do presidente Rodrigues Alves (1902-1906) e tinha como objetivo sanear os corredores de embarque de café que naquela época movia a economia do país. O objetivo era acabar com as grandes epidemias que prejudicavam as atividades portuárias. O grande crescimento populacional no Rio de Janeiro também representava um foco disseminador de doenças transmissíveis. A situação já comprometia a politica econômica nacional. O saneamento seria a decisão primordial por parte das autoridades públicas ao qual põe a frente dessa missão o Dr. Oswaldo Cruz, médico sanitarista, que assume o cargo de diretor do departamento federal de saúde pública, na tentativa de erradicar a varíola e institui a lei de vacinação em massa da população. Sem informação sobre tal atitude do governo e contra as arbitrariedades cometidas pelos agentes sanitários, o povo acaba rebelando-se contra a lei e constitui um episódio que ficou conhecido como a Revolta da Vacina.

A luta pelos direitos trabalhistas trazidas pelos imigrantes europeus que haviam vivenciado esta história nos movimentos operários na Europa é levada para o interior das fábricas brasileiras que se organizaram em busca dos seus direitos como jornada de trabalho definida, férias, salários, aposentadorias e assistência médica.
 Com greves ocorridas de 1917 a 1919, os trabalhadores vislumbram conquistas. Até este momento muitos, para atender problemas de doenças, invalidez e morte, se organizavam em associações de auxilio mútuo. Em 1923 é aprovada pelo Congresso Nacional Brasileiro a Lei Eloi Chaves que regulamenta a criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs), organizadas por empresas, administradas e financiadas por empresários e trabalhadores. Este sistema possuía administração própria para seus fundos. Seu conselho era formado por representantes dos empregados e empregadores. Entretanto os benefícios estavam atrelados às contribuições dos seguros.
A revolução de 1930 rompeu com a chamada política “café com leite” representado pela alternância entre os governos de Minas Gerais e São Paulo e coloca o gaúcho Getúlio Vargas na presidência do Brasil entre as quais, muitas de suas propostas, uma delas era a criação das Leis trabalhistas na composição do Ministério do Trabalho, Indústria e Comercio e do Ministério da Educação e Saúde Publica (MESP). Estes dois ministérios vão dividir a nação em classe trabalhadora com uma série de benefícios (a assistência médica não era o foco principal) e os “precidadãos”, ou seja, todos aqueles que não se encontravam no direito de usufruir os serviços oferecidos pelas caixas e serviços previdenciários.  Já em 1933 os trabalhadores representavam a base de sustentação do governo, motivo pelo qual se cria os institutos de Aposentadorias e pensões (IAP) em substituição às antigas CAPs, organizando os trabalhadores por categorias profissionais.
No ano de 1937 é criado o Departamento Nacional de Saúde com seus setores estaduais que planteava um padrão de organização formado por uma diretoria e uma organização de órgãos centralizados, voltados para serviços especiais como o controle de doenças infectocontagiosas, como tuberculose e lepra, além de hospitais e laboratórios e uma coordenação de órgãos descentralizados que atuava nos centros de saúde das cidades maiores e postos de higiene na zona rural. Todas estas medidas definem a estrutura básica para criação do Ministério da Saúde no ano de 1953 onde a questão de saúde pública passa a ter maior preocupação por parte do governo.
Outro marco importante na história da saúde pública ocorreu em 1963, com a realização da III Conferência Nacional de Saúde (CNS), convocada no governo do presidente João Goulart, pelo então ministro Wilson Fadul, defensor da municipalização da saúde.  Esta conferência propunha a reorganização da assistência médico-sanitária e a divisão das atribuições e responsabilidades entre os níveis político administrativos.
Apesar das arbitrariedades cometidas pelo modelo campanhista, foi importante para erradicar a febre amarela assim como diminuir a incidência de outras doenças infectocontagiosas. A fundação das duas principais instituições de pesquisa biomédica e de saúde pública, no inicio do século (Instituto Soroterápico Federal em 1900, Instituto Oswaldo Cruz em 1908 e Fundação Oswaldo Cruz em 1970 no Rio de Janeiro e em São Paulo o Instituto Butantã em 1901), favoreceu o pensamento a respeito de saúde pública no país. O corpo médico dessas instituições passou a  influenciar as propostas e ações voltadas para a saúde pública por muitos anos. Toda a conquista da saúde pública e o processo da descentralização discutido na III Conferência nacional de Saúde cessam com o Golpe militar de 1964. O novo governo interrompe o processo democrático no Brasil e as reformas institucionais promovidas afetará profundamente a saúde pública e conduzirá a população brasileira a repensar uma nova estratégia de saúde mais humana e igualitária que será discutida nos próximos textos, não perca...

Referências bibliográficas
1.       BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. 25 anos: CONASS, 2007. 156 p.
2.       BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de Saúde-Brasília: CONASS, 2007
3.       BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. SUS: Avanços e Desafios; CONASS, 2006.164 p.
4.       INSTITUTO OSWALDO CRUZ. Rio de Janeiro: 2006. Disponível em: <http://www.ioc.fiocruz.br/personalidades.htm>. Acesso em 16 nov. 2006.
5.       OPAS.  Declaração  de  Alma-Ata,  1978.  Disponível  em:  <www.opas.org.br/coletiva/
6.       uploadArq/Alma-Ata.pdf. >. Acesso em 03 nov. 2006.
7.       INSTITUTO BUTANTAN.  São Paulo: 2006. Disponível em: <http://www.butantan.gov.br/historico.htm>. Acesso em 14 dez. 2006.
8.       JATENE, A.D. Medicina, saúde e sociedade. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.
9.       PORTO, M. Y. Uma revolta popular contra a vacinação. Ciência e cultura, v.55 n.1, jan/
10.    mar  2003. Disponível  em: <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php>. Acesso 18  nov. 2006.
11.    BRASIL. Constituição da República Federativa do  Brasil  de  1988.  Brasília: Senado Federal; 2002.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Juntos Promovendo saúde

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Quem somos e o que queremos?
                                                              Por: Júlio César Marques de Aquino
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Somos filhos deste solo és mãe gentil
Que um dia saímos em busca de um sonho intenso, um raio vívido
Deixamos um povo heróico para sermos heróis
Para entender as moléstias humanas
E curar a dor do sofrido.

Aprendemos de nossos grandes mestres
Hipócrates, Esculápio, Galeno
C. J. Finlay, Oswaldo Cruz e Sergio Arouca
Que um povo não pode carecer de atenção
Por não ter, saber e não poder
Se ao final o que ele quer é ter saúde pra seguir em frente.

Das noites mal dormidas e livros e livros rebuscados
Aprendemos a dar diagnósticos acertados
E a tratar com perspicácia
A criança, o idoso, a grávida e qualquer necessitado.

Lutamos por ganhar academicamente
Os conhecimentos indispensáveis para erguer a clava forte
Para chegar aos que não fogem a luta
E combater com bom combate
As mazelas da tuberculose, lepra e febre amarela.

Queremos Pátria Amada Querida
A atenção merecida
Para conquistar com braço forte
Cada canto do Brasil.

Desejamos somar, multiplicar e merecer
A confiança dos colegas de profissão
Que trabalham no Gigante por natureza
Que por ser impávido colosso
Requere de mais esmero em atenção.

Deixe-nos Terra Adorada
Mostrar que podemos
Sarar aos doentes, promover saúde
Demonstrar com ações, técnicas e pinceladas de atitude 
Que de medicina entendemos.

Ao final graduados voltaremos
E dentre outras mil és tu Brasil que escolheremos
E sobre teu formoso céu risonho e límpido
Realçar a acurácia que aprendemos.

Somos jovens com um futuro médico
Levando o lábaro que ostentamos estrelado
Com vestes brancas e grande flâmula
De uma Cuba humana Cuba
A pátria amada Brasil.